A filha do dilúvio

O longa-metragem “A filha do dilúvio” é baseado no romance homônimo do escritor e roteirista Miguel da Costa Franco, premiado em 2015 com o Emmy pela série “Doce de Mãe”. O roteiro foi desenvolvido pelo próprio autor da obra original, em parceria com Carlos Gerbase (premiado cineasta gaúcho, com oito longas em seu currículo), que também dirigirá o filme. O escritor José Falero (finalista do 63º Prêmio Jabuti e vencedor do Prêmio AGES, ambos em 2021, graças ao romance “Os Supridores”) prestou assessoria nos diálogos.

A história gira em torno de Rosa, uma mulher que acaba de ter uma filha e está em situação de rua na cidade de Porto Alegre. Numa noite tempestuosa, com a ajuda de Caçapava, um homem que também não tem onde morar, procura abrigo no jardim de uma casa temporariamente desocupada, pertencente a um casal de classe média que passa férias em Punta del Este (Uruguai). Contudo, naquela mesma noite, os donos da casa, João e Sandra, voltam para seu lar. Sensibilizada pela situação difícil de Rosa e seu bebê e dominada pelo seu instinto maternal (ainda não concretizado), Sandra permite que os “invasores” permaneçam no jardim. Pouco depois, acaba acolhendo mãe e filha no interior da casa. Nos dias seguintes, explodem conflitos originados pelo abismo social que separa os personagens, potencializados por uma lembrança dolorosa das infâncias de Rosa e João. Além disso, Sandra fica cada vez mais envolvida com o bebê e teme pelo seu futuro ao lado de uma mãe que não tem onde morar.

À época da história tratada em “A filha do Dilúvio” – 2003 –, Porto Alegre, cenário principal da trama, contava com aproximadamente 1.000 moradores de rua, segundo a Prefeitura Municipal. Em 2021, a mesma fonte indicava mais de 4.000 pessoas nessa condição, em que pese outras fontes indiquem números superiores. Há poucas obras audiovisuais de ficção brasileiras que tratam desse tema. Um dos propósitos de “A filha do Dilúvio” é quebrar o estado de complacência com o problema e dar maior visibilidade a ele através do cinema e outras mídias capazes de alcançar grandes fatias da população.

Créditos:
Direção: Carlos Gerbase
Roteiro: Carlos Gerbase e Miguel da Costa Franco
Consultoria de diálogos: José Falero
Produção: Luciana Tomasi
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