POA-SAO – pequenas comparações

Porto Alegre não tem os restaurantes de São Paulo, nem suas dezenas de opções culturais para noites tediosas. Aqui, se tu não gosta de churrasco, são poucas as ofertas realmente saudáveis ou pelo menos deliciosas. Quando tu vai pra São Paulo, noventa por cento do tempo para trabalhar, o preço a pagar pode ser grande, já começando pelos táxis que devem ser comparáveis às tarifas de Londres e de Tokio. É mais caro andar de táxi do que comer em São Paulo. Os motoristas devem ter enchido o saco de um jeito de ficar o tempo todo parado no trânsito, que resolveram atolar no preço da corrida. Já aprendi que o lance é sempre comprar a corrida avançada, apesar de ser mais cara a princípio. Se tu dá azar e pega 3 horas de trânsito entre Guarulhos e Congonhas, como já me aconteceu 2 vezes, o preço já foi fixado. Outro dia tive que sair de um evento no centro de convenções Imigrantes para ir a um lançamento na USP Leste. Talvez estivesse viajando na época, mas não fiquei sabendo da inauguração do anexo da Universidade na zona leste de São Paulo, quase em Guarulhos, chamada pelos alunos de USP Lost. Todos me alertaram para não sair da Imigrantes perto das 6 da tarde, pois todos os dias dá problemas de trânsito na região. Saí às 5, confiante, achando que estava indo num prédio na parte leste da USP. Quando o motorista ligou o GPS e ainda teve que olhar o mapa ao mesmo tempo, senti que tinha me ralado. Ele não pegou a rodovia Ayrton Senna e foi pelo meio da cidade pros lados da Móoca. Cheguei no evento às 19h30 da noite, atravessando alguns matos, viadutos, reserva florestal, até avistar finalmente o campus novo. Tudo isto por 85 reais. – A senhora quer que eu lhe espere? – Sim, por favor, às 8h15 estou indo embora. Chegam uns estrangeiros com cara de desesperados, suplicando que eu liberasse o motorista para ir até o aeroporto de Guarulhos, pois não estavam conseguindo táxi. – O senhor leva estes gringos cor de rosa mas por favor volta para me buscar. – Pó xa comigo. O evento foi rápido porque todos os participantes correram para pegar um ônibus fretado que os levaria até a cidade. Idiotamente fiquei atendendo alguns alunos. Todo mundo foi embora e fiquei eu e um aluno sem carona, atrás de um táxi no campus, porque nada do motorista voltar para me buscar. O segurança nos sugeriu que o mais rápido seria pegar o trem que passa nos fundos do campus, que vai diretamente para o metrô. Sai caminhando de salto, roupa social, brinco, anel, celulares e tudo que uma mulher deveria ter direito, por uma ladeira que levava à estação. O trem veio logo, não sei bem de onde, indo para o Braz, onde troquei para o metrô. Nunca tinha andado de trem no Brasil. Absolutamente todos os passageiros me observavam ao mesmo tempo. O aluno ria da situação. Não tive nenhum problema de assalto ou assédio para minha sorte, chegando no hotel tranqüila depois de um trem, 2 metrôs e um táxi. Gastei um décimo da corrida da ida e uma hora apenas. Na suíte executiva, que ganhei de brinde, a banda larga não funcionou e o técnico teve a coragem de culpar o meu lap-top. No dia seguinte acordei cedo, sem compromisso, e deitei no solário do hotel para me esquentar um pouco porque estava mais frio que no sul. A poluição era tanta, que pela manhã tu não sentia o calor do sol. Isto já achei bem mais complicado.

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