Os Proprietários

Quanto mais tu viaja, mais tu tem a sensação de que tudo está totalmente controlado no mundo virtual, parecendo conspirar contra teu singelo e ainda íntimo mundo pessoal. Já no teu universo espiritual, se for forte e verdadeiro, eles não conseguem entrar. Apesar da minha paranóia natural quanto ao mundo proprietário, vou dar alguns  exemplos  cotidianos. A vida em Paris e Londres, para a classe média, é mais cara que em Nova Iorque, mas nos Estados Unidos tu já não pode mais telefonar para longas distâncias com baixo custo. É dificílimo tu conseguir um cartão que por 2 dólares ti dê duas horas de conversação para a América Latina. Ainda assim, tu tem que ficar botando moedas de 25 cents o tempo todo. Em Paris, tu consegue um cartão que por 5 euros dá 4 horas de conversação. Já em Cannes, 30 minutos de internet, te custam 15 euros. Mas no mundo das estrelas cadentes, se mete quem quer. O controle já está totalmente estabelecido em hotéis e aeroportos. Tu não pode mais escolher a conexão que tu quer para acessar uma banda larga. O mínimo valor conseguido no hotel foi 12 dólares por 24 horas. E o pior, quando eu desligava o computador para não gastar energia e depois religava, eles cobravam mais 12 dólares. Como nao tenho saco de ficar lendo as letras pequenas em viagens, paguei um monte por tentar economizar energia. Já a companhia telefônica que vai atender teu celular é completamente aleatória. A que for mais rápida e potente te pega. E enquanto tu não fizer toda uma operação de troca de operadora de serviço no teu celular, tu já está pagando para receber e ligar, sem saber minimamente o preço que vai ser cobrado e se tem um serviço mais barato. E não tem pequenas-causas para recorrer em um tempo curto de estadia. Pior de tudo são os aeroportos. Nos Estados Unidos, tu dá o numero do  teu cartão de credito e por 7 dólares tu consegue conexão por 2 horas. Já em Buenos Aires, para conseguir a conexão do aeroporto tu tem que morar na Argentina. Não consegui minimamennte, com o provedor wireless do Brasil, qualquer conexao. Isto que ficava tudo dentro do universo castelhano. Em suma, teria que ir a algum centro de internet do aeroporto. Mas o que teria sido um desastre total, foi que não consegui tirar dinheiro em nenhum caixa de New York, tendo visa, mastercard, plus and cirus, pagar todas as faturas em dia e ser uma correntista empresarial com alguma importância "no barrio". Pela primeira vez na vida, nem no fast cash tive sucesso.  É o final dos tempos. Se não tivesse levado  dolares em papel,  para algum problema, teria ficado sem dinheiro. Na volta à Porto Alegre, fiquei sabendo que agora tem que avisar o Banco do Brasil se tu vai viajar. Os proprietários te controlam a ponto de eu tentar comprar um carro no Brasil e a atendente que tinha talvez um suado diploma de segundo grau, me dar toda a minha ficha pessoal e empresarial na própria concessionaria, sem eu dar nada além do meu  nome completo. Só faltou ela me dizer que eu sou vegetariana, só tomo descafeinado  e quais minhas preferências sexuais. Falta pouco. O G.O. em "1984" não envelheceu mesmo. E ai já se foram 24 anos de controle. Temos que começar a controlá-los.

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