Louco 2013

Desabafo: esse 2013 está tão louco que nem sei o que dizer. Doenças, incêndios, manifestações, políticos ridículos, trabalho muitas vezes esquizofrênico sugando a minha energia. Acabei machucando feio o braço há pouco, mas pelo menos não fraturei. Essa semana que entra vou tentar me recompor um pouco e voltar para o prumo. Estou de saco cheio deste momento.

Sobre estas manifestações recentes, que ajudaram a cancelar um trabalho e atrapalharam outro, fico bastante apreensiva. Sou anarquista desde que nasci. Anarquista, meio punk, meio hippie, meio espiritual. Um pouco de tudo, mas nada excessivamente radical. Li Bakunin e alguns outros, mas não me iludo achando que a humanidade que faz passeata e depois vai para casa ver novela, programas de domingo, comer carne, esteja pronta para um anarquismo puro, utópico, sem governantes.

A maioria ainda faz parte de um rebanho de gente mandada, liderada pela midia, com muito poucos outsiders inside. O anarquismo ainda é a melhor ideia política, com uma sociedade auto-organizada, pois governo é corrupção, e o poder sempre vai corromper até a alma. Vai sempre atrair perigosos loucos com poder e seus aspones. Sou a favor de qualquer tipo de manifestação pacífica, seja a favor ou contra o que quiser. De preferência dentro das praças e largos, pra não atrapalhar o trânsito de quem está trabalhando. Nos anos 80, quando vivemos o auge do punk anarquista, a manifestação era dentro dos shows, gritando e urrando a madrugada toda, consumindo de tudo, bebendo todas, mas sem molotov, nem depredações.

Fico com pena dessa reação desfavorável à Dilma, que, junto com Lula e Tarso, formam um trio de políticos que realmente trabalham e buscam a melhoria do nível de vida dos brasileiros. Mas não tenho dúvida que houve erros na condução da construção dos estádios. Isso é um fato bastante importante, no meio de ações muito boas. É importante para o Brasil ter a Copa aqui, principalmente agora que o país criou uma boa imagem no exterior, que já está sendo abalada pelos últimos acontecimentos.

Quem vai querer vir fazer turismo num país que mal consegue segurar suas manifestações, onde o crime está por todo o lugar nas grandes e pequenas cidades, onde está tudo caríssimo? Têm que ser erradicados problemas como fome, saúde mal assistida, educação fraca e meio ambiente afundando, para poder dizer que este país é decente. Também ninguém merece ficar vendo Calheiros, Collor, Sarney na política. Tem a questão dos salários abusivos no judiciário. Tem que ter teto para dinheiro público, tanto para salários como para benefícios.

É demais a discrepância entre o salário de um funcionário público de alto escalão e o de um funcionário de funções consideradas mais simples mas fundamentai,s como lixeiros, enfermeiros, garis. Os professores também são fundamentais. Tem que haver teto também para os militares e para os seus benefícios, que incluem famílias inteiras. Em suma, a população está mostrando que está insatisfeita e tem razão. O que tem que cuidar é até onde vai chegar essa onda de manifestações, pois seria uma lástima a direita neoliberal, bastante cega e ávida, voltar ao comando do país. Vendo os milicos no Egito interferindo na situação, ainda com o apoio de parte da população, me apavoro. Eu ainda tenho trauma da ditadura, embora saiba que os tempos são outros. É legal ler a Psicologia da Massas, do velho Freud, porque a essência do comportamento do rebanho está toda ali.

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