BIO – O Filme: Diário de Filmagem #6

Nossa quinta diária começou com a participação de Girley Paes, que interpretou um professor da faculdade de Direito por volta de 1980. Na vida real, Girlei foi por muitos anos professor de matemática no ensino médio, o que talvez explique sua desenvoltura na hora de improvisar sobre a vida de um estudante que troca de curso ao descobrir sua verdadeira vocação. Tenho utilizado bastante em BIO a estratégia de, após o registro das falas que estão no roteiro, permitir aos atores e atrizes que improvisem livremente sobre a história. Na montagem, vamos ver o que encaixa melhor no fluxo da narrativa.

Depois do almoço, foi a vez do Bruno Torres, com quem trabalhei em “Sal de Prata”, há mais de 10 anos. Bruno está mais maduro. Hoje, além de ator, é produtor e diretor, tendo rodado recentemente seu primeiro longa. Coincidentemente, Rosanne Mulholland, que chegou hoje a Porto Alegre e participa de BIO amanhã, é a protagonista do filme dirigido por Bruno. Almoçamos todos juntos e colocamos os assuntos em dia. A filmagem de Bruno foi bem interessante. Ele tinha todas as falas decoradas e transformou-as num monólogo quase sem pausas, o que é ótimo para dar ritmo e permitir a exploração dos nexos dos diálogos. Bruno, como filho do personagem principal de BIO, tem a responsabilidade de nos revelar indiretamente um pouco da face desse sujeito eternamente oculto.

Por mais que se escrevam livros sobre direção de atores, fica sempre um mistério sobre o que funciona mais no set para cada profissional. Não há uma “maneira certa” de conduzir esse trabalho. Existem atores intuitivos, que deixam as emoções aflorarem apenas quando a câmera está ligada, e existem os que estudam por muitas horas o que vão fazer, determinando uma série de detalhes do personagem, além de ensaiar sozinhos. Eu discuti a interpretação com todos antes de começarmos a rodar, mas cada um traz sua marca pessoal para o estúdio. BIO favorece essa dinâmica, pois o ator ou a atriz tem apenas a câmera e o entrevistador (eu) na sua frente. Girley e Bruno, cada um ao seu modo, chegaram à “verdade” do seu personagem, ou seja, mentiram bastante. BIO é um filme sobre um homem que fala a verdade, contado por uma grande galeria de fingidores.

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