Redescobrindo Porto Alegre

Nos primeiros dias, de volta à terra natal, meio tonta tentando decifrar e reciclar  a montanhosa correspondência da minha mesa, jogando no cesto as mensagens secas, acabei conferindo as orgânicas nas ruas porto-alegrenses . Consegui pescar  alguns convites estimulantes para voltar  a  percorrer a escassa vida artística da misery town. Com o distanciamento, deu para perceber que temos poucas opções, mas de alto conteúdo.

 

Lastimei  ter perdido “ Que isto fique entre nós”, mostra da Claudia Barbisan com  pinturas que demonstram o  auge da expressão de sua carreira até agora, como deu para conferir no catálogo. Gostaria de ter muitas delas nas minhas pequenas galerias domésticas. A Barbisan, totalmente solta,  pode agradar na Europa, na Bienal, em qualquer lugar.

 

Em meio a uma enxurrada diluviana, acabei com toda a família  no centro da cidade chegando no prédio da CEEE, para conferir as fotos do jornalista Gilberto Perin, com os carismáticos jogadores do Brasil de Pelotas. O Perin conseguiu, em poucas fotos, apresentar o universo personalíssimo do jogador de futebol, na concentração, nos vestiários, com momentos que tu não sabe se o jogador é do Pelotas ou do Manchester. Esta exposição também fará bonito em qualquer parte do mundo.

 

Depois, foi a vez dos quadrinhos na Palavraria, com o lançamento de “Cachalote”, escrito pelo Daniel Galera e desenhado pelo paulista, até então por mim desconhecido, Rafael Coutinho. Bom demais. Química perfeita da dupla, com traços competentes e situações inusitadas. Conseguiram atingir plenamente o clima misterioso do mundo dos quadrinhos. Nível internacional.

 

De volta em casa,  me enviam  pelo Facebook o novo clip do Júpiter Maçã. Este sim, como já diz o nome, está totalmente em outro planeta. Plástica e musicalmente inovador. O Júpiter arrasa mais uma vez, podendo ser curtido em qualquer parte do sistema solar.

 

Retorno ao centro da cidade para ver “Cidade Vazia”, do diretor de fotografia Alex Sernambi, no Museu do Trabalho,  com lindos painéis gigantes, desenhados em computador, totalmente de acordo com a estética Matisse-Paraense.

 

A cidade ainda  tem um bar novo, o Odessa, que  não existia quando sai, muito bem localizado, pois está no meu caminho, com vinhos e comidinhas ótimas, seguindo o padrão  Ossip de qualidade. Porto Alegre é boa de bares, e a dupla uruguaia Fedê e Diego ainda dão um plus na cidade. Também o Jacarandá, o Govinda e o Suprem continuam abertos,  para o deleite dos vegetarianos.

 

Com tudo isto juntos, ensemble, vamos levando numa boa.

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