Beto Brant é nome indispensável em qualquer discussão sobre o cinema brasileiro contemporâneo. Por isso, a conversa que vai acontecer no próximo sábado, dia 24, logo após a sessão de seu filme "O amor segundo B. Shianberg" (19h), no Cine Santander Cultural, é essencial para qualquer pessoa que tenha um olhar crítico sobre a arte de fabricar realismos.

 

 

Eu, Carlos Gerbase, vou estar lá pra espremer o Beto ao máximo, de modo que ele nos conte suas estratégias mais pessoais como roteirista e diretor. Como se constrói uma obra com tanta coerência estética, mesmo que os temas variem? Qual é a sua relação com o Brasil, e como os Brasis que surgem de seus filmes conseguem ser, ao mesmo tempo, estranhos e verossímeis? Como é trabalhar com não-atores, ou transformar artistas de outras áreas em intérpretes cinematográficos?

 

 

E, principalmente, o que acontece quando os limites entre a vida real e as mentiras contadas pelo cinema desaparecem? Em "O amor segundo B. Shianberg" essa é a própria gênese do filme, realizado com câmeras de segurança, mas vários outros cruzamentos aconteceram em "O invasor", "Um crime delicado" e "Cão sem dono". Vamos ver até que ponto conseguimos extrair de Beto Brant o que acontece atrás da câmera, ou quando ela está desligada. Muitas vezes, é aí que surgem os momentos decisivos de um filme.