BIO – O Filme: Diário de Filmagem #18

BIO é um filme sobre animais Além disso, ele foi escrito e dirigido por um animal, produzido por animais e estrelado por animais. Tá achando estranho? Mas é isso mesmo. BIO não foi feito por minerais, nem por vegetais, embora estes últimos façam parte de alguns cenários e das refeições dos animais realizadores, que incluem carnívoros e herbívoros. A diária de hoje, pelo menos em sua primeira parte, nos lembrou – nós, animais da espécie homo-sapiens – de que fazemos parte deste grande reino do planeta Terra. Vocês, caras leitoras e caros leitores, podem achar que são animais muito diferentes, que têm algo especial, que são de alguma maneira “superiores” aos nossos primos primatas, mas essa é uma questão a discutir. O indiscutível é que somos animais e que, em menor ou maior grau, compartilhamos com eles algumas características físicas e comportamentais. BIO é sobre isso. BIO é um lembrete para os animais humanos sobre suas origens evolucionárias.

Passamos o começo da tarde num cenário cheio de animais empalhados, generosamente emprestados pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (obrigado, colegas!). A atriz Giulia Goes, que faz a primeira filha de nosso protagonista, vai à sua procura no exterior e acaba descobrindo a paixão do pai pela vida, por todas as formas de vida, mas em especial pela vida dos bugios. Graças à concepção da arte de Bernardo Zortea, a luz de Bruno Polidoro (sempre assistido pelo Felipe Rosa e pela Ligia Sumi) e o trabalho incansável da Claudia Pires (produtora de objetos), nosso “museu” ganhou um visual que está no limite do real e do sonho. O importante era criar um clima especial para o encontro de dois animais – pai e filha – que não se viam há tempo. A Giulia, muito elegante num figurino retrô-futurista-contemporâneo (a classificação é minha…) arrasou no meio dos bichos.

Depois do museu, entrou em cena outro animal, no caso, o ator Charlie Severo, que vive o diretor de uma faculdade de Biologia onde o nosso protagonista trabalha durante algum tempo. O diretor narra um conflito universitário que nasce de uma simples explicação sobre mecanismos de seleção sexual, ou seja, as estratégias de uma fêmea para achar o melhor macho (o contrário também ocorre, é claro). Mais detalhes quando o filme ficar pronto. O Charlie é um ator experiente, que veio com o texto decorado e estudado, o que sempre torna a filmagem mais rápida e descontraída.

Na saída, a equipe devorou uma montanha de bolinhos de queijo, resultado do processamento de leite, produto de um animal chamado vaca. Por que nós, os mamíferos humanos, continuamos consumindo leite, um alimento que naturalmente deveria ser abandonado depois da primeira infância? Porque também vivemos num ambiente poderosíssimo chamado cultura. A cultura, entre outras coisas, permite que eu escreva esse texto, que a internet o distribua e que vocês o leiam. E também permite que existam coisas chamadas bolinho de queijo e cinema, essa poderosa ferramenta para que os animais humanos divirtam-se e descansem quando seus instintos básicos já estão devidamente saciados.

Compartilhar

Mais Notícias

COMEÇAM AS FILMAGENS DE “A HISTÓRIA MAIS TRISTE DO MUNDO”

Nesta segunda-feira, a câmera e os microfones foram acionados pela primeira vez para a realização do longa-metragem “A história mais triste do mundo”, do diretor Hique Montanari, uma co-produção da Container Filmes com a Prana Filmes. Baseado do livro homônimo de Mário Corso, a produção deve ser concluída em sete semanas, com locações em Porto […]

25 de março de 2024

ESTÁ COMEÇANDO “A HISTÓRIA MAIS TRISTE DO MUNDO”

GZH – Ticiano Osório – 27/11/23 Livro de Mário Corso vai virar filme de Hique Montanari Adaptação de “A História Mais Triste do Mundo” começará a ser produzida em 2024 O livro vencedor do Prêmio Açorianos de 2015 de Literatura Infantil, A História Mais Triste do Mundo, de Mário Corso, vai virar um longa-metragem com […]

6 de fevereiro de 2024

“Sioma Breitman, o Retratista de Porto Alegre” indicada ao XVI Prêmio Açorianos de Artes Plásticas

“Sioma Breitman, o Retratista de Porto Alegre” é finalista do XVI Prêmio Açorianos de Artes Plásticas em duas categorias distintas: Destaque Exposição Individual e Destaque Curadoria / Institucional! Esta exposição, que inaugurou o calendário de mostras do Farol Santander POA em 2022, tem uma conexão direta com as celebrações dos 250 anos da nossa cidade. […]

31 de outubro de 2023

Bio – Construindo uma vida na Primavera Gaúcha 🌸🎥

Nascido em 1959 e morto em 2070, um homem tem uma patologia especial que não o permite mentir. Depois de sua morte, amigos e membros de sua família se reúnem para relembrar acontecimentos especiais pelos quais passaram juntos e que montam um interessante retrato da biografia do rapaz. Misturando documentário e ficção, “Bio”, de Carlos […]

2 de outubro de 2023
Voltar