BIO – O Filme: Diário de Filmagem #16

Diária número 15. Nesses dias de Forno Alegre (temperatura chegando a 35 ou 36 Celsius), filmar num estúdio com ar-condicionado é uma benção. Não sei se a gente aguentaria fazer o BIO em locações. Provavelmente sim, mas seria outro filme. O problema de trabalhar em estúdio é que os cenários partem do zero. Só com uma equipe de arte muito bem preparada pra conseguir fazer isso num filme B.O. (baixo orçamento). Em BIO, temos Bernardo Zortea como diretor de arte, Victor de La Rocque como assistente de arte e Cláudia Pires como produtora de objetos (os três estão na foto deste post), mais os cenotécnicos Daniel Magalhães e Carlão Branquinho. Hoje eles montaram uma sala de professores e uma casa paroquial. No total, são mais de 30 cenários diferentes. Vocês verão a qualidade do que eles fizeram quando BIO estiver nos cinemas.

Na sala de professores, estava Nadya Mendes, atriz com quem eu já trabalhara em “3 Efes” (2007). Dessa vez, ela interpreta uma professora do curso primário (que hoje chamamos de fundamental), às voltas com um estranho acontecimento que envolve dois de seus pequenos alunos. Nosso maior problema foi contornar os reflexos que apareciam em seus grandes óculos, levemente curvos. Diretores de fotografia odeiam óculos, enquanto figurinistas os adoram. Eu, como diretor, tenho que decidir de que lado fico. Hoje, fiquei com a Rô (nossa figurinista), tanto no caso de Nadya, quanto na cena seguinte. A Nadya construiu uma mestra “à moda antiga”, rígida, mas dedicada aos alunos. No improviso, chegou a dizer que nem saía da aula durante o recreio, pra aproveitar o tempo na correção de provas. Tive que fazer força pra não rir. Dedicação assim vi nunca vida…

À tarde, trabalhamos com Léo Ferlauto, muito mais conhecido como músico (pianista, compositor, cantor) do que como ator. Sua participação em BIO surgiu aqui mesmo no Facebook. Há uns dois anos, ele me mandou uma mensagem inbox dizendo que gostaria de fazer “qualquer pontinha” num filme, pois estava com vontade de se dedicar mais às artes da atuação. Quando estava escrevendo o roteiro, que tinha um padre católico como personagem, lembrei dele. Mandei uma mensagem (também aqui pelo FB), perguntando se ele faria um teste. Ele topou, fez o teste, foi selecionado, ensaiamos a cena, e hoje ele estava filmando. A figura do Léo como padre me pareceu perfeita, e nós achamos um jeito de falar que contém aquela autoridade moral de um religioso que tem profundas convicções na qualidade de seu trabalho, por mais críticas que receba. Um dado interessante: com 36 falas, salvo engano, é o personagem com mais tempo na tela em todo o filme. Pra quem queria só uma pontinha…

E era isso. Hoje também fizemos um teste de neve artificial para a cena de Nova Iorque. Mas essa é uma história para um novo post.

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